Sunday, February 19, 2006

"SANTA EUGÉNIA"




JOSÉ NOGUEIRA DOS REIS





1. "ACERCA DO HISTORIAL DE SANTA EUGÉNIA





2. Sobre o historial de StªEugénia, preocupo-me em nunca perder de vista os princípios programáticos como horizonte de referência. Daí que o texto elaborado se procure aproximar, quanto possível, dos referidos princípios, o que não supõe, necessariamente uma submissão.

Há no programa que a mim próprio propus, pressupostos implícitos e explícitos dos quais destaco os seguintes:
1- O reconhecimento da importância da origem da povoação na sua história actual;
2- O reconhecimento da minha preocupação primordial pelo viver da pessoa humana;
3- O reconhecimento da importância daquilo a que costumo chamar de ciências auxiliares da história, no desenvolvimento da pessoa humana;
4- A minha proposta de uma abordagem hermenêutica, interpretativa, que julgo facilitará, facultará, o recurso a um significado oculto traduzível noutra linguagem, melhor, noutra ou noutras interpretações, buscas, melhoramentos, novas descobertas, etc.

A interpretação, é precisamente, uma busca de significado e distingue-se do conceito de explicação que é, nas ciências a procura de causas. Ler uma obra, é Tomá-la como um acontecimento significativo. Fazê-la emergir na sua verdadeira natureza e integridade. A tarefa hermenêutica, consiste na clarificação da obra, através do desenrolar interno do seu significado e na relação de cada uma das partes entre si, como um todo e, mais amplamente, com o espírito da época.

Daí, a necessidade de compreender a obra na sua relação com a visão do antes e com a visão total da época. É nesta dinâmica que consiste o círculo hermenêutico. Neste meu modesto trabalho procurei fazer um pouco disso tudo ao mesmo tempo, isto é: Ao mesmo tempo que consultava e lia obras de vários autores, tentando aplicar-lhe o atrás descrito, fazia, escrevia praticamente em simultâneo, esta pequena obra, tentando fornecer ao leitor, não só o contexto épocal, mas também, quanto possível, uma visão panorâmica da totalidade do meu pensar, em relação à origem, desenrolar e actualidade, da nossa mui nobre e querida «parvónia».


Que Santa Barbara me guie nessa tarefa e guarde todos os Santa-Eugenenses de nascimento e ou opção. Pois, o que hoje somos, é fruto de uma «miscelânea» de povos e culturas que muito nos enriqueceu. É, provavelmente por isso, que nós somos como o mel; somos uma especiaria elaborada a partir de uma infinidade de pólenes, sabores e plantas.
Julgo também, ser oportuno referir, porque se me afigura legitimo, que a leitura das obras, sua interpretação e comentários, só são viáveis «se o aluno for instruído nos processos, problemas e doutrinas históricas, psicológicas e até filosóficas, que alimentam o discurso do autor. Pretendo referir com isto, que a precariedade do meu saber leva-me muitas vezes a lacunas e ou vazios, impeditivos para mim, de vos apresentar um trabalho que, senão mais profícuo, com certeza, mais científico. Peço por isso humildemente desculpa.


Para além da eventual resistência que um texto de história, mais ou menos difícil, pode criar no leitor (resistência que em mim é infinitamente alargada), há que ter em conta que no caso particular da história de StªEugénia, os textos (escritos ou falados) que na maior parte das vezes encontramos, achamos, encontram-se repletos de interpretações em que a mistura do cientifico se encontra envolvida num emaranhado de interpretações, dizeres, alusões, «à-partes», lendas e mitos, em que o que os separa é tão ténue, que ainda dificulta grandemente essa original problemática.

Nesta óptica, abordei o historial de Santa Eugénia, como pressuposto fundamental para a compreensão do essencial ao longo dos tempos. É minha convicção que este não é o horizonte final, o que implica a exigência de uma abordagem da nossa história, que englobe campos como: arqueologia, gastronomia, folclore, antropologia e outros, para os quais, não estou particularmente preparado, informado, e, muito menos, certificado.


Considerando ao menos que eu tenha conhecimento que, pela primeira vez, há a preocupação de elaborar, numa visão - mais ou menos de totalidade a história de Santa Eugénia, foi apenas e só, minha preocupação contribuir para que outros dispusessem de um ponto de partida quiçá mais capazes para um trabalho mais completo e meritório, aguçando-lhe ao mesmo tempo, o apetite para o devorar e ou ultrapassar. Pois, não obstante o meu empenhamento na elaboração deste trabalho, tenho a convicção profunda, de que ele é susceptível de melhoramento e, consequentemente competirá a outros mais capazes, formados, por exemplo em história e ou sociologia e outros destinatários, com capacidade para tal, proporem criticas fundamentadas e sugestões no sentido de novas e diferentes abordagens, novas propostas de trabalho e novos horizontes de análise. Mais satisfeito ficaria ainda, se fossem até um pouco mais longe que o atrás referido, elaborando uma nova obra de raiz. Estarei ao dispor, para fornecer o pouco conhecimento que adquiri, na feitura deste.
Até lá, com a graça do senhor, um muito obrigado a todos, do sempre ao vosso dispor
JOSÉ NOGUEIRA DOS REIS
RUA DA BARREIRA, 12
5070/411 SANTA EUGÉNIA












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JNOGUEIRAREIS@SAPO.PT
OBRIGADO

PELO TEMPO DISPENDIDO